16
horas de folga
Comia-o á pressa e retirava-se.
Ela ficava de janela a vê-lo saltitar pela rua e, de repente, chamava:
— Tio Vicente!
O côrvo corria logo ao apêlo.
A amizade dos dois aumentava todos os dias.
O côrvo alimentava-se de tudo, mas nada chegava
para êle á carne, mesmo que estivesse pôdre. Sabendo isto, Berta comprava ratos a um garôto da vizinhança para lhos dar.
Mas uma idea começou a incomodar o espírito de Berta: era ser tão amiga dum animal conhecido por ladrão. Parecia-lhe isto um desdoiro para o nome duma menina tão bem comportada.
Contava ao côrvo quanto fazia: se dera bem as lições, se se divertira nos passeios, etc.