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Para lêr nas férias
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Um outro, mais malcriado, desceu em procura carreta, resmungando:

― Quem tem crianças assim não as traz para os passeios; fecha-as em casa. Os outros não têem obrigação de lhes aturar as partidas.

Um momento depois, quando Hermínia e as meninas já pensavam em se retirar em vista da impossibilidade de Mariana poder associar-se aos seus jogos, o homem voltou furioso. A carreta, batendo com a roda de encontro ao tronco da árvore, partira o eixo. Tinham de lhe pagar o concêrto: não sairiam dali sem isso.

Felizmente, como só haviam comprado os tremo- ços, ainda tinham os trinta e quatro centavos que êle exigia para concêrto do carro. Marianinha pagou, bebeu mais água e, amparando-se dum lado ao braço de Hermínia e do outro ao de Ernestina, alcançou a rua onde passavam os eléctricos, com muitas dôres na sua perna e grande custo. Meteram-se no carro e regressaram a casa de Marianinha. Hermínia ia muito apoquentada. Mariana consolava-a:

― ¡Deixa lá! A mamã não se zanga. Em eu lhe dizendo que a culpa foi minha, é quanto basta. Mas nem as primas nem Hermínia se sentiam socegadas com esta afirmação.

D. Amália, vendo a filha chegar naquêle estado não disse nada a Hermínia por ela não ser sua criada; mas censurou-se por ter deixado saír a filha sem ela, e declarou que escusavam de lhe tornar a pedir a