companhia da filha porque não tornaria a cometer a insensatez de a confiar a ninguêm. Não queria ter a desgraça de ficar sem o seu anjo adorado, etc.
As sobrinhas e a criada, logo que ela fez uma pausa nas suas lamentações, despediram-se e retiraram-se vexadas, e jurando nunca mais irem buscar Mariana.
Esta sentara-se amuada a um canto da casa e ali adormeceria se a mãe lhe não perguntasse:
― ¿Então não te vais despir?
― Custa-me a andar e dóe-me muito a cabeça... Tenho sêde...
A sr. D. Amália auxiliou a filha a erguer-se, e depois foi ela própria dar-lhe água e despi-la.
Como ela se queixasse de novo de dôres de cabeça, apalpou-lhe a testa e, sentindo-a a escaldar, meteu-a na cama. Vendo o seu estado, não se atreveu a dar-lhe de jantar e, á noite, como a febre aumentasse, mandou chamar o médico.
O Dr. Xavier, grande amigo da família ha muitos anos, e de Mariana desde ela que nascera, examinou-a com cuidado e, pedindo uma colher para lhe vêr a garganta, fez um imperceptivel sinal a D. Amália para que o deixassem só com a filha. A mãe de Mariana saíu, como para ir ela própria buscar a colher, e o médico perguntou-lhe:
― ¿Que comêste tu?
― Nada.
― Não mintas. Dize-me o que comêste que eu prometo guardar segrêdo.