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XXXVII

Professor de mathematica e corrector de commercio

 

Em Montevideo dirigi-me a casa de um dos meus amigos chamado Napoleão Castellini. Ao seu excellente coração sou devedor de muito, para jámais me esquecer, assim como a G. D. Cunes, — amigo de toda a minha vida, — e aos irmãos Antoninho e Giovanni Risso.

Gastos os poucos escudos que me tinham produzido as minhas pelles de bois, e para não ficar com minha mulher e filho ás sopas dos meus amigos, emprehendi duas industrias que, devo confessal-o, chegavam apenas para satisfazer as minhas necessidades.

A primeira era corretor de fazendas. A segunda era a de professor de mathematica, na casa do estimavel Paulo Semidei.

Este modo de vida durou até á minha entrada na legião oriental.

Os negocios do Rio Grande começavam a estabelecer-se e a arranjar-se, não tendo eu pois nada a esperar d’este lado. A republica oriental — é assim que se chamava a republica de Montevideo — sabendo que me achava livre não tardou em me offerecer uma occupação mais em harmonia com os meus meios e com o meu caracter, do que a de professor de mathematica e corretor.

Offereceram-me e acceitei o commando da corveta — Constituição.

A esquadra oriental achava-se debaixo das ordens do coronel Cosse, e a de Buenos-Ayres ás ordens do general Brown.

Muitos encontros e muitos combates tinham tido logar entre as duas esquadras, tendo sempre obtido mediocres resultados.

Por este tempo um certo Vidal, de triste me-