Corri ao quarto de Garibaldi, dando o mesmo grito:
— Os austriacos!
Garibaldi estava na maior força da febre, saltou do leito, e ordenando-me que mandasse tocar a reunir, da janella poz-se a descobrir campo dizendo que não tardaria em nos alcançar.
Com effeito d’ahi a dez minutos estava no meio de nós.
Dividiu a nossa pouca gente em duas columnas; uma obstruindo o caminho, foi destinada a fazer frente aos austriacos, a outra tomando uma posição de flanco, impedia que nos voltassemos, e podia tambem atacar.
Os austriacos em breve appareceram na estrada, seriam mil e duzentos homens, e apoderaram-se immediatamente da Galinhola.
Garibaldi deu ordem logo á columna que obstruia a estrada de atacar; esta columna compunha-se de quatro centos homens, atacando resolutamente mil e duzentos.
É o costume de Garibaldi, nunca conta os inimigos nem os seus, o inimigo está na frente, logo deve ser atacado. É forçoso confessar que quasi sempre esta tactica lhe deu bom resultado.
Comtudo os austriacos faziam resistencia, e por isso Garibaldi julgando que seria necessario engajar todas as forças, chamou a columna do flanco e renovou o ataque.
Tinha diante de mim um muro que escalei com a minha companhia, achando-me n’um jardim. Os austriacos faziam fogo por todas as aberturas do albergue.
Apesar d’isso lançámo-nos no meio das ballas, atacámos á bayoneta, entrando por essas mesmas aberturas que um instante antes vomitavam fogo.
Os austriacos retiraram-se em completa desordem.
Garibaldi havia dirigido o ataque a cavallo, no meio da ponte, sendo um verdadeiro milagre que exposto ao fogo do inimigo não fosse ferido.