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2.º Garibaldi achava-se, em Tivoli, sobre o flanco direito da linha de operações dos napolitanos que acampavam em Velletri, e que enviavam os seus observadores na direcção de Roma até ás alturas de Tivoli.

3.º A marcha nocturna por um paramo deserto, privado de sombra e de agua, era, graças á fresquidão da noite, um verdadeiro beneficio para as tropas.

Ás cinco horas da tarde, os homens retomaram suas fileiras, e marchou-se para as ruinas da villa Adriana, distante uma legua pouco mais ou menos, do logar onde se tinha feito alto, e que jaz ao pé da montanha em que se eleva o Tivoli.

O general teve logo tenção de ahi acampar, mas mudou de resolução e fez proceder a uma completa exploração dos logares. Não poz tropas em Tivoli, porque só no ultimo caso é que elle queria entrar nas cidades.

No meio das ruinas da villa Adriana, que formam uma fortaleza, a brigada inteira plantou seu campo, homens e cavallos, porque as camaras subterraneas d’este edificio estavam muito bem conservadas para ali se poderem alojar.

Esta cidade foi elevada pelo proprio Adriano; tem duas milhas de extensão, e uma de largura. Uma pequena floresta de larangeiras e figueiras brotam sobre a base do antigo palacio.

A 6 de maio partiu-se ás oito horas da manhã, com os bersaglieri á frente; e para alcançar a grande estrada de Palestrina foi mister passar pela garganta de São-Veterino. Levou-se uma hora a passar este desfiladeiro; ao meio dia acampou-se n’um outro valle onde se encontrou agua fresca e sombra. Não se via uma casa, mas nadava-se em verdura.

Ás cinco horas e meia, retomou-se a marcha e subiu-se a montanha. Os soldados tinham ante si os animaes de carga que levavam as munições de guerra.

Quanto aos soldados, todos levavam seu pão;