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s de nós. Já lhes haviamos mostrado que os italianos sabiam bater-se. Esperava ainda mostrar-lhes o que era uma lucta á faca e ao punhal.

Na noite de 21 o segundo batalhão da União estava de guarda ao bastião da esquerda e á defensa da brecha, assim como duas companhias do 1.º regimento, que deviam ser trocadas. Entretanto prolongaram o seu serviço até ao amanhecer, para melhor defensa do terceiro bastião á esquerda.

A primeira e a quinta companhia dos bersaglieri estavam ao serviço no Vascello; a sexta e a setima, de guarda aos approches da esquerda, fóra da porta São-Pancracio, de onde se estendiam nossas sentinellas, sobre a direita, até aos muros do casino e a poucos passos da parallela franceza.

Este serviço era horrivelmente perigoso. Apenas se fazia de noite, e um pouco antes de amanhecer, todos os postos eram retirados e a guarda de noite reentrava nos muros.

O major Calvandro tinha a vigilancia exterior d’esta linha; o coronel Rossi o serviço de ronda interior.

Depois de ter disposto todos os postos avançados, o major estava occupado a dar suas instrucções aos capitães Stambio e Morandoli quando pelas onze horas da noite, se ouviu para o lado dos bastiões n.os 2 e 3 um certo ruido egual ao de cousa que se quebra.

Alguns tiros seguiram este ruido, e tudo reentrou na noite e no silencio.

Que acontecêra?

Que os francezes se haviam apresentado repentinamente ante a brecha, não como um inimigo que sobe ao assalto, mas como soldados que despertam uma sentinella.

De onde sahiram elles? por onde tinham vindo? que caminho haviam seguido? Eis o que foi sempre impossivel saber-se.

Muitos suppozeram uma traição.

A sentinella interrogada respondeu que os francezes