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militarmente a villa de S. Julião, onde se achavam reunidos os patriotas saboyanos e os republicanos francezes, que haviam adherido ao movimento.

Era em S. Julião que se devia levantar o grito de rebellião.

Ramorino era da opinião de Mazzini. As duas columnas deviam pôr-se em marcha no mesmo dia: uma partiria de Caronge, e a outra de Nyon, devendo esta atravessar o lago para se reunir á primeira na estrada de S. Julião.

Ramorino ficava com o commando da primeira columna: a segunda estava debaixo das ordens de Graboky.

O governo genovez receioso de se indispor, por um lado com a França, por outro com o Piemonte, viu com maus olhos este movimento. Quiz oppor-se á partida da columna de Caronge commandada por Romarino, mas o povo sublevou-se, e o governo foi forçado a deixal-a marchar.

Não succedeu o mesmo com a que devia partir de Nyon.

Dous barcos se haviam feito de véla, levando um soldados, e o outro armas.

Mandaram em sua perseguição um navio de guerra a vapor, que trouxe as armas e aprisionou os soldados.

Ramorino não vendo chegar a tropa que se lhe devia juntar, em logar de proseguir na sua marcha sobre S. Julião, começou a costear o lago.

Muito tempo se passou sem saber aonde iam. Não se conheciam as intenções do general: o frio era intenso, e os caminhos estavam em um estado deploravel.

Exceptuando alguns polacos, a columna era composta de voluntarios italianos, impacientes pela hora do combate, mas que cançavam facilmente pela extensão e difficuldade do caminho.

A bandeira italiana atravessou algumas pobres villas, nenhuma voz amiga a saudou, não encontrando por toda a parte senão curiosos ou indifferentes.