Fatigado pelos seus largos trabalhos, Mazzini que tinha trocado a penna pela espingarda, seguia a columna: soffrendo uma febre ardente, arrastava-se por aquelles asperos caminhos com a dôr escripta na fronte.
Já por varias vezes tinha perguntado a Ramorino quaes eram as suas intenções, e que caminho seguia.
As respostas do general nunca o haviam satisfeito.
Chegaram a Carra e detiveram-se para ahi passar a noite; Mazzini e Ramorino achavam-se na mesma camara.
Ramorino estava embrulhado na sua capa; Mazzini fixava sobre elle o seu olhar sombrio desconfiado.
— Não é seguindo este caminho, disse elle com a sua voz sonora, tornada mais vibrante pela febre, que temos a esperança de encontrar o inimigo. Devemos ir ao seu encontro, e se a victoria é impossivel, provemos ao menos á Italia que sabemos morrer.
— Não nos faltará nem o tempo, nem a occasião, respondeu o general, para affrontar perigos inuteis: considero como um crime o expôr inutilmente a flôr da mocidade italiana.
— Não ha religião sem martyres, respondeu Mazzini, fundemos a nossa, ainda que seja com o nosso sangue.
Mal acabava de pronunciar estas palavras, que o estrondo da fuzilaria se ouviu.
Ramorino deu um salto. Mazzini pegou n’uma carabina, agradecendo a Deus o ter-lhe feito encontrar o inimigo. Mas este era o ultimo esforço da sua energia: a febre devorava-o; os seus companheiros correndo de noite pareciam-lhe fantasmas, a fronte escaldava-lhe, e a terra tremia-lhe debaixo dos pés. Depois de alguns minutos de afflicção caíu desmaiado.
Quando voltou a si achou-se na Suissa, aonde os seus companheiros o tinham conduzido com