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BOOKER T. WASHINGTON

dezeseis mil o numero de pessoas que me ouviram nessa noite, e tive a impressão de que fóra da sala apinhada outro tanto desejava entrar nella á força. Para alguem atravessar as portas necessitava a intervenção da policia. Estiveram presentes á sessão o presidente William Mac Kinley, todos os membros do gabinete, diversos ministros extrangeiros, numerosos officiaes do exercito e da marinha, entre os quaes alguns se haviam distinguido na recente guerra. Quatro oradores: o rabbino E. G. Hirsch, o padre Thomas P. Hodnett, o dr. John H. Barrows e eu. Do Times-Herald de Chicago reproduzo este pedaço de noticia:

“Fez-nos ver o negro preferindo o captiveiro á morte e evocou a figura de Crispus Attucks, que se bateu no começo da revolução americana para libertar a raça branca, emquanto a sua continuava opprimida; narrou o procedimento dos negros em Nova Orleans; pintou os escravos do Sul a sustentar e proteger as familias dos seus senhores, que luctavam defendendo a escravidão; falou na bravura das tropas negras em Port-Hudson, nos fortes Wagner e Pillow; elogiou o heroismo dos regimentos negros que bombardearam El Caney e Santiago para dar liberdade aos cubanos, esquecendo a injustiça de que eram victimas na sua propria terra. Dirigiu este eloquente appello á consciencia americana: “Se ouvistes a historia completa da acção do negro na guerra hispano-americana, se a ouvistes conta