e não descançava. Eu vivia num assombro: aquella mulher de classe elevada, intelligente e culta, rebaixava-se a trabalhos grosseiros para levantar a raça desgraçada. Desde então me insurgi contra as escolas negras onde não se cultiva a dignidade do trabalho.
Nesse ultimo anno dediquei-me com energia ao estudo: aproveitei todos os minutos que as minhas funcções de criado me deixavam. Pretendia fazer exames brilhantes e figurar na lista de honra dos oradores na distribuição dos premios.
Realizei o meu sonho: em Junho de 1875 terminei o curso. Devo o que alcancei primeiramente á influencia do general Armstrong, o caracter mais vigoroso e nobre que já conheci, em segundo lugar á comprehensão exacta do que significa a instrucção para o homem. No começo eu havia pensado, como os negros em geral, que instrucção queria dizer vida agradavel e facil, isenta de qualquer trabalho manual. Em Hampton aprendi que o trabalho, longe de constituir deshonra, deve ser amado e independentemente do que nos offerece em pecunia: deve ser amado pelo bem que nos causa, pela convicção que nos proporciona de podermos ser uteis aos outros. Lá comprehendi o desinteresse. Vi que os homens verdadeiramente felizes são os que se dedicam á felicidade alheia.