ton, por falta de recursos. Concebeu então a idéa de fundar uma classe nocturna para um numero pequeno de alumnos, os melhores, moças e rapazes, que deveriam trabalhar dez horas por dia e estudar duas. Receberiam como paga quantia superior ao preço da pensão. A maior parte do salario seria depositada na caixa da escola e serviria, depois de um anno ou dois, para as despesas necessarias quando os estudantes frequentassem as aulas communs. Ganhariam elles e ganharia o instituto.
O general pediu-me que tomasse a direcção dessa classe nocturna. Comecei com uma duzia de rapazes e moças, gente robusta e seria. Os homens trabalhavam na serraria da escola, as mulheres na lavandaria. Serviço bem aspero, mas na minha carreira de professor não tive alumnos que me dessem maior satisfação. Estudavam e cumpriam os seus deveres rigorosamente. Não paravam antes do toque da sineta, e algumas vezes pediam o prolongamento das licções. Mostravam tanto ardor que lhes dei o nome de classe dos bravos, expressão que se tornou popular no estabelecimento e ainda hoje permanece. Quando um alumno seguia algum tempo o meu curso nocturno, recebia um certificado que lhe dava muito prazer: “Declaro que F. pertence á classe dos bravos, é assiduo, etc.” Esses certificados contribuiram para a reputação que a classe nocturna alcançou.