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BOOKER T. WASHINGTON

tinha muito pouca pratica dos costumes em voga. No vapor que nos conduzia a Washington, antes de sentar-me á mesa, deixei que os outros passageiros se levantassem. Disseram-me não obstante, muito cortezmente, que só o indio se podia servir. Perguntei a mim mesmo que differença notavam entre nós dois, pois eramos pouco mais ou menos da mesma côr. Em Hampton tinham-me dado o endereço do hotel onde nos deviamos hospedar em Washington. Ahi me fizeram a mesma objecção: só o meu companheiro podia ser recebido.

Assisti mais tarde a um facto semelhante, que ia tendo consequencias desagradaveis. Numa cidade vi o povo mexer-se num assanhamento horrivel. Temi que fossem lynchar alguem. Dera motivo a essa enorme agitação o apparecimento dum homem escuro que se atrevera a hospedar-se num hotel da localidade. Mas a colera da multidão esmoreceu: o auctor innocente do barulho era marroquino e sabia inglez, lingua que, por prudencia, deixou de falar.

Ao cabo dum anno em meio dos indios, fui chamado para um novo lugar, que julgo um presente da Providencia. Foi ahi que me preparei para a obra de Tuskegee. O general Armstrong havia notado que muitos negros e negras desejavam instruir-se e não podiam entrar no instituto de Hamp-