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Página:Memorias de um sargento de milicias.djvu/223

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Depois de tudo isto quer ainda o leitor que lhe declaremos que a sobrinha de D. Maria casava-se naquela tarde com José Manuel?

Chegou o momento da partida. Luisinha, conduzida por D. Maria, que lhe ia servir de madrinha, embarcou num dos destroços da arca de Noé, a que chamamos carruagem; José Manuel, acompanhado por quem lhe ia servir de padrinho, fez outro tanto, e partiram depressa para a igreja. Fizeram bem em partir depressa, porque se se demorassem alguns minutos, corriam o risco de serem devorados pelos olhos dos vizinhos.

Apenas cessou a bulha das carruagens, começaram estes últimos em conversa renhida, de que damos aqui uma pequena amostra.

— Senhora, dizia uma sujeita que morava junto de D. Maria para outra que morava defronte, o tal noivo poderá ser coisa boa, mas não dou nada pela cara dele.

— E a noiva?... respondia a outra; arrenego também da lambisgóia...

— E o filho do Leonardo ficou vendo estrelas?...

— Por força: venceu este porque é um finório de conta.

— Se a velha deixar tudo à sobrinha, não é mau arranjo...

— Decerto. Pois não sabe que o seu defunto marido era um homem que viajava para a Índia?

Neste tom continuaram até a volta das carruagens.

Agora demos ao leitor algumas explicações a respeito do triunfo de José Manuel.

Depois das boas obras do mestre-de-reza, de que os leitores já foram informados, José Manuel reabilitara-se