Um ai franzino se fez ouvir, acompanhado de um:
— Me largue! Que é isto?
O major prestou atenção, não tendo reconhecido a voz do Teotônio, e viu que tinha segurado um pobre corcunda, aleijado, ainda em cima, da perna direita e do braço esquerdo.
— Ora vá-se para o inferno, disse o major; suma-se daqui. Também não sei o que andam fazendo a estas horas pelas ruas estas figuras.
O aleijado safou-se apressadamente livre do susto, e lá foi continuando a assobiar o seu estribilho.
Fez-se depois disto o mais profundo silêncio, e o major não viu mais passar senão os convidados da patuscada, não vendo entre eles o Teotônio.
Então ardeu com o caso; e reunindo os granadeiros disse para Leonardo:
— Ele não saiu...
— Saiu, replicou este; até de jaqueta branca e chapéu de palha: eu o vi tomar ali para a porta onde estava o Sr. major.
— De jaqueta branca e chapéu de palha? perguntou o major.
— Sim, senhor, e de calça preta: não o peguei porque logo vi que não havia de escapar ao Sr. major.
— Ah! patife, patife, resmungou: destas nunca levei... Era o corcunda, o aleijado...
— Ele sabe fazer muito bem de corcunda e de aleijado, disse um dos granadeiros; já o vi uma vez fazer isso, que era mesmo tal e qual...
Era com efeito o Teotônio o aleijado que o major tinha segurado.