sioneiro era curta, menor uma seis braças do que as usuaes.
Eu tinha commigo um livro em lingua portugueza que os selvagens tomaram a um navio capturado com o auxilio dos francezes. Deixei o prisioneiro e puz-me a ler no livro, com um grande dó do desgraçado.
Logo depois tornei a procural-o e disse-lhe:
— Eu tambem sou prisioneiro e não vim para ajudar a devorar-te; foram os outros que me trouxeram.
O maracajá respondeu saber que a gente da nossa raça não comia carne humana.
Exhortei-o ainda a que não se affligisse, pois apenas lhe comiam a carne; sua alma voava para um lugar muito alegre, ao qual vão tambem as almas dos da nossa raça.
— Será verdade isso? perguntou-me o indio.
— Sim, é verdade. Lá para onde vão as almas é que reside Deus.
— Mas eu nunca vi esse Deus.
— Na outra vida has-de vel-o.
Nessa noite um vento horrivel açoitou a taba, chegando a arrancar pedaços do tecto das cabanas. Os selvagens encolerizaram-se commigo, dizendo: