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O meu captiveiro entre
CAPITULO XXXVIII
De como um outro navio foi mandado
á minha procura
á minha procura
No quinto mez da minha escravidão appareceu no porto um outro navio vindo de S. Vicente.
Os portuguezes têm o costume de abordar a terra dos seus inimigos a negocio. Permutam facas, anzóes, etc., por farinha de mandioca, de que muito necessitam nas plantações de canna lavrada por escravos. Quando o navio chega, uma canôa com dois selvagens se approxima delle, emquanto os demais ficam de longe com as mercadorias. Ajustado o preço, effectua-se a entrega com as maiores precauções de lado a lado. E findo o negocio os selvagens avançam contra o navio disparando-lhe suas flechas.
O navio em questão entrou no porto e deu o tiro de aviso. Os selvagens chegaram á fala, e como os de bordo perguntassem de mim, responderam que eu estava vivo.