emoliente e lascivo, este luar equatorial que não é dia nem noite, mas uma doce penumbra velada do sol do teu sorriso - como se sobre o sol do teu sorriso, para dulcificar a intensidade do foco da sua luz, quando tu eras astro inflamado, que ardias, força latente, matéria animada e pulsante, se houvesse colocado um transparente abat-jour verde, branco, azulado e amarelado, conforme é, às vezes, a refração luminosa da Lua.
Mas tu deveras aparecer-me, fria Visão da meia-noite, dentro de uma redoma de cristal, por entre um resplendor de lágrimas, para eu então poder assim crer no teu encanto, no teu mistério de meia-noite.
No entanto, aqui me aparece, metida em pelas de Astrakan, melancólica, pálida, vaporosa, livorescida quase, como aquelas belezas apagadas e tristes que vêm dos frígidos ares desolados do Norte.
Porque tu acabas de vir da Rússia