arrebatado no alto, ao impulso fremente das tuas garras alpinas.
E eu fico em ânsias no vácuo, num vago anelar indefinido, como as aspirações do perfume que quer ser luz...
Mas um pedaço de horizonte ao longe marcando as infinitas distâncias e uma língua de terra aprumada em monte, tornam-me tangível o sentimento da realidade; e, então, claramente vejo e sinto, desiludido das Coisas, dos Homens e do Mundo, que o que eu supunha embriagamento, arrebatamento de amor nas tuas asas, ó loira Águia Germânica! - nada mais foi que o sonambulismo dum sonho à beira de rios marginados de resinoso aloendros em flor, na dolência da Lua nebulosa e fria, à alta paz do Azul, sob as pestanejantes estrelas rutilamente acesas...