A minha amiga seguindo as tradicções que já encontrou assentes, pergunta-me se póde deixar ler a sua filha Paulo e Virginia, esse idyllio que tem cem annos e que ameaça ser eterno, ou Jocelyn, o poema mais perigosamente mystico que eu conheço. Falla-me no Genio do Christianismo, de Chateaubriand, e nas tragedias sacras de Racine.
Não se lembra para sua filha de nenhum outro escripto e lembrou-se justamente d’aquelles que só lhe podiam fazer mal.
Antes de mais nada, responda-me francamente: quer fazer de sua filha uma mulher solidamente instruida ou então uma mulher ignorante?
Quer que ella saiba resistir ás tentações que forçosamente ha de encontrar na vida, ou quer que ella se conserve na mais completa e absoluta inexperiencia até á edade em que ha de entregal-a ao homem que tem de ser seu marido?
Da resposta a estas duas perguntas é que tudo depende, porque segundo a idéa que a minha amiga fórma da educação de uma mulher, segundo o systema que tenciona pôr em pratica com relação á educação de sua filha, o futuro d’esta ha de levar um outro caminho.
Eu não posso dizer-lhe positivamente: faça isto, faça aquillo.