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MULHERES E CREANÇAS
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Com a fortuna! Desabafemos o nosso mau humor, visto que estamos em casa!

Tinhamos paciencia para aturar com expressão interessada e benevola as sensaborias muito estafadas de um senhor engravatado, de luvas côr de canario e bigode retorcido e insolente?...

Sejamos agora desapiedadas para as historias já um pouco velhas, mas em summa bastante apresentaveis que o nosso marido nos quer contar!

Fingir! sempre fingir!... Impossivel!

Sejamos verdadeiras, ao menos n’esta occasião, já que só desagradamos áquelle que tem obrigação restricta de nos aturar, quer queira, quer não!

Isto, que á primeira vista parece insignificante, quasi frivolo, tem um alcance[1] enorme no destino de vv. ex.as, minhas senhoras!

O marido, ao perceber que de todas as mulheres a mais desagradavel é a sua, tem um momento de profunda tristeza, ao qual succedem uns poucos de annos de revolta!

É assim que se destroe a familia, é assim que se torna desflorido e deserto o lar.

Em compensação enchem-se os salões, os clubs, os theatros, os botequins. Resta saber se uma das cousas póde n’uma sociedade honesta e bem constituida supprir a outra.

  1. "uma lcance" no original, erro tipográfico.