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MULHERES E CREANÇAS
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ás vezes, d’aquella selvagem embriaguez da aguardente e do absintho.

Porque se conservaram unidos?

Nem elles proprios o sabiam.

Poder do habito, abjecto marasmo das supremas degradações.

Um dia, n’aquelle antro miseravel, soou o vagido de uma creança.

Não se admirem.

Tambem ás vezes das podridões de uma sepultura desabrocha uma rosa de maio.

Quando á noite o homem voltou de suas divagações sem rumo, a pobre mulher prostrada nas palhas apodrecidas da enxerga, perguntou-lhe espantada:

— Porque me não bates? porque me não ralhas? quem é que suspendeu o insulto da tua bocca, e os golpes dos teus braços?

E elle, o homem perdido e brutal, respondeu baixinho com um enternecimento desconhecido na voz rouca:

Tenho medo de acordar o pequenino.

J’ai peur de réveiller l’enfant.

Oh! creanças, creanças, como isto revela bem o poder divino que é tão vosso!