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MULHERES E CREANÇAS

Não poz nunca o pé n’um collegio. Não conhece nem as alegrias nem as lastimas d’essa intimidade que tem decididamente mais resultados funestos do que vantagens conhecidas.

Aprendi quanto me foi possivel, não para lhe ensinar, mas para estudar com elle, e comprehender antes d’elle o que era preciso que elle comprehendesse.

Diante dos seus bellos olhos limpidos e curiosos não consenti nunca que passassem os abjectos quadros que polluem tanta imaginação infantil.

Não me cancei inutilmente a prégar-lhe sermões de moralidade abstracta; pratiquei o bem para que elle o praticasse; em minha casa só tem visto exemplos dignos[1].

Mais tarde, quando os maus, rindo lugubremente, lhe disserem que o bem não existe, elle não acreditará n’essa blasphemia porque pensará em mim!

Não é ainda um homem, mas promette vir a sel-o!

Está quasi cumprida a minha tarefa.

Hoje quando elle voltar contente de haver sido premiado — porque estou certa de que o será — acceitarei ainda os seus beijos como uma recompensa.

D’aqui ávante é a seu pae que pertence a direcção suprema d’aquelle espirito que desabrocha para todas as altas curiosidades da vida.

  1. "exemplo dignos" no original, erro tipográfico.