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que, dos destroços do navio naufragado, elle erigio uma capelļinha a Nossa Senhora da Graça que ainda lá está[1].

Senhor do idioma e dos costumes do paiz, desejando ver novamente a sua terra, com ella fez-se transportar a França, onde a nossa patricia baptisou-se com o nome de Catharina, em honra da rainha mãe, Catharina de Medicis, sendo madrinha a esposa de Henrique II, e o padrinho.

A este respeito, os historiadores são unanimes em concordar com o facto aqui narrado, tal qual diz a historia, reza a tradição e poetiza a lenda. Pouco tempo depois voltavam á patria. Sendo já considerado brazileiro Diogo, teve a Bahia o seu primeiro governador, Thomé de

Souza a, quem Caramurú, então já velho, foi

  1. O retrato que aqui damos da celebre brazileira, foi tirado da capella (hoje mosteiro da Graça, dada aos trades de S. Bento por ella e seu marido), e devido a gentileza de pessoa amiga, mas que chegando-me as mãos depois da obra impressa, é precizo sobre o mesmo uma ligeira explicação.
    Diz Rocha Pitta á pagina 31, que Catharina, por mysterioso sonho, soube que a imagem ante aquella se acha ajoelhada, pedio-lhes que a fosse buscar dos distroços do naufragio de um navio que navegava para as Indias, o que fazendo ella, collocou á Virgem Santa no altar mór a accolheu os naufragos, por cuja razão, recebeu uma carta do Imperador Carlos V de Hespanha com agradecimento. Foi aproveitando a Lenda que o artista executou o quadro e cuja photographia caprichosamente feita, d’ella têm a copia as minhas chorus leitoras, couza que muito me lisongeia.