textos- que eu mencionara na Saudade — lembra que entre os teólogos místicos, de espírito neo-platónico, como o santo Dionísio Areopagita, Deus era a luz por excelência (— ??? ??? ?????? ???????) ([1]). Notifica que existem representações artísticas da Anunciação, como p. ex. a de Nicolas de Verdun (sec. XII) em que o anjo Gabriel estende a mão direita, de cujos dedos sáem dois raios de luz em direcção à orelha da Virgem.
Dá expressão à ideia que um poeta cristão do Renascimento como Sannazzaro em Dè partu Virginis seria o propagador da imagem poética.
Mostra em Dante, Petrarca e o Tasso diversos passos em que, sem desenvolvimento maior, se mencionam raios de luz, raios de sol, que incidem quer na água, quer em vidros.
O grande Florentino dissera p. ex. no Paraiso (ii , 34-36):
Per entro sè l’eterna, margherita
ne recevette com′acqua recepe
raggio di luce, permanendo unita.
O cantor de Laura, pela sua vez, declarara em um dos Sonetos da Vita ([2]):
Poi che vostro vedere in me resplende
come raggio di sol traluce in vetro
basti dunque il desio senza ch’io dica.
e repete no Trionfo della Divinità ([3]):
Passa il pensier si come sole in vetro.