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Página:O Barao de Lavos (1908).djvu/75

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Quando os barões de Lavos entraram na sala dos seus amigos Paradelas — Rua de S. Filipe Nery —, um silêncio de troça reprimida imobilizava os íntimos daquela noite em volta a uma pequena mesa, em que o coronel Militão se sentara a escrever. Apenas pressentiu a sua querida amiga, D. Leonor correu a abraçá-la, toda efusiva e alegre.

— Chegas na melhor ocasião! — segredou-lhe logo que trocaram o último beijo. — O coronel está-me escrevendo uma poesia no álbum.
— Oh! Que bom! — comentou D. Elvira, com uma faúla escarninha a camalear-lhe o âmbar dos olhos translúcidos.
— Para estros como aquele é que os álbuns foram inventados — disse o barão, irónico. — Está bem.
— Anda ver — disse D. Leonor para a amiga, impaciente; e conduziu-a, num enlace afetuoso de cintura, para junto do grupo que rodeava o coronel.