a alcatifa, ensaiando a cravação dos punhos, fazendo-os varejar o espaço em sacões rápidos, silvantes; e, ao cabo: — Com efeito... não são maus.
Então pousou-os sobre uma cadeira, e sentando-se como por acaso ao lado da baronesa:
- — Bom de lei — sabem? — é aquele revólver Wamant em que outro dia lhes falei. Tirei-lhe hoje a prova real. Não deixa de ser interessante... Imaginem! — acrescentou com intimativa, de punhos sobre o joelho e braços em parêntesis, a prender a atenção. — Tinha ido à Cruz do Tabuado, ver uns cavalos novos que o Instituto adquiriu. O dia estava convidativo: fui a pé. Ao sair, vinha do Matadouro um sujeito com um grande bulldog ao lado... Sem mais nem mais, a fera avança para mim e fila-me!... Bem o chamava, bem berrava o dono!... O celerado não largava, sacudia-me com raiva as calças, até que as rasgou! Por fortuna escapou o mollet... Eu então, furioso, deito-lhe esta mão à coleira, saco do revólver, aponto-lho à cabeça, entre os olhos... bem berrava o dono!... e ferro-lhe quatro tiros simétricos... O molosso caiu.
- — E o dono? — acudiram num coro interessado as senhoras.
- — Já não berrava.
- — Não exigiu uma indemnização?...
- — Não perdeu a cabeça?
- — Qual!... Chamou simplesmente um galego que lhe levasse o cadáver do animal... naturalmente para mandar embalsamar.
- — Que imprudência! — repreendeu cordial D. Elvira, com um pique de calor na face e a anastomose das veiazitas a engrossar, muito azulada.