Página:O Barao de Lavos (1908).djvu/83

Wikisource, a biblioteca livre


Depois das palmas do estilo, no final do canto, dizia D. Elvira para o coronel, que ocupava agora junto dela a cadeira deixada por Xavier da Câmara:

— Ouviu, coronel?... Olhe que o meu álbum não é menos que o da Leonor. Quero também uns versos.
— O baronesa! Isso é uma honra com que não pode o meu estro balbuciante... — contrariou Militão inclinando-se, todo baboso.
— E um homem feliz este coronel! — disse D. Leonor, que veio sentar-se junto dos dois. — Ainda relativamente novo, numa posição tão bonita...
— Querido das damas... — atalhou D. Elvira. — Cheio de medalhas... ajudante-de-campo de El-Rei... com uns poucos de criados para o servirem de graça...
— O que nós chamamos «impedidos»?
— Não só esses, mas todo o regimento, não é assim?... São tudo seus criados... Oh! Deve ser um regalo! Mandar em centenas de homens, fazê-los mover todos a um tempo, como máquinas!... Eu, se fosse homem, não queria outra honra, não ambicionava melhor posição.
— Ora, minha senhora, presta lá para nada!... E maçador. Dão muito que fazer! são maus, manhosos. E depois, tudo caras barbadas — acrescentou, na intenção de ser amável. — Se os regimentos fossem de senhoras, isso é que era delicioso!... Olhe, sabe, D. Leonor?... Se eu comandasse um regimento de senhoras e Vosselência tivesse praça nele, nomeava-a logo... A minha «impedida»!

Novo coro de gargalhadas festejou este galanteio do coronel, enquanto Henrique Paradela,