em lugar das roupas roçagantes, das tremulas sedas Sericas, das transparentes escomilhas purpureas de Cós, perfumadas de nardo Assyrio e dos incensos da Arábia escrava — vierão os longos véos brancos, as creaturas dos poetas se transformarão em nevoas, deixarão a terra com suas bellezas, ardentes para irem sonhar á lua, um anjo, uma Sylphide em cada nebrina alvacenta pousada nas ramagens das florestas — em lugar desses bosques fallantes povoados de Dryadas, onde cada gemido de briza parecia um anhello de nympha, onde cada sussurro das lymphas do rio era o chamado de uma bella creatura por algum Hylas formoso, vierão os cyprestes esguíos e escuros, com suas sombras alongadas, movendo-se com a lividez sepulcral das luzes da lua, e além, nas sombras, as fôrmas incertas das virgens chorosas dos bardos boreaes.
Foi uma terrível reacção. Os poetas modernos rião-se dos antigos por terem misturado a theogonia paga com a theologia christã, culpavão o Homero portuguez por essa mistura de Aphrodites e a Virgem Maria, Mercúrio e Jehovah; e comtudo acharão muito bonito misturarem-se os anjos do Livro das crenças sagradas com as Sylphides, os Gnomos, Elfos, Gigantes e anães, dos sonhos dos poetas runicos do Norte, as tradições Bíblicas dos seraphins com ãs superstições não menos pagas que as romanas e gregas, dos clans de Morven