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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/100

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corava muito, sentia o seio alargar-se-lhe dentro do vestido; e admirava-o, achava-o muito "dengueiro".

Um dia em casa da Sra. D. Maria da Assunção pediram a Agostinho para recitar.

— Oh, minhas senhoras, isto aqui não é forja de ferreiro! exclamou ele, jovial.

— Ora vá! não se faça rogado, disseram, insistindo.

— Bem, bem, por isso não nos havemos de zangar.

— A Judia, Brito, lembrou o recebedor de Alcobaça.

— Qual Judia! disse ele, há-de ser mas há-de ser a Morena! — E olhou para Amélia. — Foi uma poesia que fiz ontem.

— Valeu, valeu!

— E cá o rapaz acompanha, disse um sargento do 6 de Caçadores, tomando logo a guitarra. Fez-se um silêncio: o Sr. Agostinho deitou o cabelo para trás, fincou a luneta, apoiou as duas mãos às costas duma cadeira, e fitando Amélia:

— À Morena de Leiria! disse.

Nasceste nos verdes campos
Onde Leiria é famosa,
Tens a frescura da rosa,
E o teu nome sabe a mel...

— Perdão, exclamou o recebedor, a Sra. D. Juliana não está boa. Era a filha do escrivão de direito de Alcobaça; tinha-se feito muito pálida, e, lentamente, desmaiava na cadeira, com os braços pendentes, o