à mão do banheiro, escorregando na areia, entrava na água, rompendo a custo a maresia esverdeada que fervia em redor. A onda vinha espumando, ela mergulhava, e ficava aos saltos, sufocada e nervosa, cuspindo a água salgada. Mas, quando saía do mar, como vinha satisfeita! Arfava, com a toalha pela cabeça, arrastando-se para a barraca, mal podendo com o peso do vestido encharcado, risonha, cheia de reação; e em redor vozes amigas perguntavam:
— Então que tal, que tal? Mais fresquinha, hem?
Depois, de tarde, eram os passeios à beira-mar, a apanhar conchinhas; o recolher das redes, onde a sardinha toda viva ferve aos milheiros, luzidia sobre a areia molhada; e que longas perspectivas de ocasos ricamente dourados, sobre a vastidão do mar triste, que escurece e geme!
D. Maria da Assunção tinha sido visitada, logo ao chegar, por um rapaz, filho do Sr. Brito de Alcobaça, seu parente. Chamava-se Agostinho, ia frequentar o quinto ano de direito na Universidade. Era um moço delgado, de bigode castanho, pera, cabelo comprido deitado para trás, e luneta: recitava versos, sabia tocar guitarra, contava anedotas de caloiros, fazia partidas, e era famoso na Vieira, entre os homens, "por saber conversar com senhoras".
— O Agostinho, patife! diziam. É chalaça a esta, chalaça àquela. Lá para sociedade não há outro!
Logo desde os primeiros dias Amélia reparou que os olhos do Sr. Agostinho Brito se fitavam constantemente nela, "p'ra namoro". Amélia