as senhoras, aos gritinhos, quiseram abrigar-se. Agostinho, com Amélia pelo braço, rindo alto, foi penetrando longe dos outros na espessura; e então, sob o monótono e gemente rumor das ramas, disse-lhe baixo, cerrando os dentes:
— Estou doido por ti, filha!
— Creio lá nisso! murmurou ela.
Mas Agostinho, tomando subitamente um tom grave:
— Sabes? talvez eu tenha de me ir amanhã embora.
— Vai-se?
— Talvez; não sei ainda. Além de amanhã é a matrícula.
— Vai-se... suspirou Amélia.
Ele então tomou-lhe a mão, apertou-lha com furor:
— Escreve-me! disse.
— E a mim, escreve-me? disse ela.
Agostinho agarrou-a pelos ombros e machucou-lhe a boca de beijos vorazes.
— Deixe-me! deixe-me! dizia ela sufocada.
De repente teve um gemido doce como um arrulho de ave, e abandonava-se — quando a voz aguda de D. Joaquina Gansoso gritou:
— Há uma aberta. É andar! é andar!
E Amélia, desprendendo-se, atarantada, correu a agachar-se sob o guarda-chuva da mamã.
Ao outro dia, com efeito, o Sr. Agostinho partiu. Vieram as primeiras chuvas, e dentro em pouco também Amélia, a mãe, a Sra. D. Maria da Assunção voltaram para Leiria.
Passou o Inverno.
E um dia, em casa da S. Joaneira, D. Maria da Assunção deu parte