O Libaninho ficara extático.
— Sargento de caçadores! dizia erguendo as mãos num ímpeto beato. Meu rico Santo Inácio! Bendito e louvado seja ele por toda a eternidade!
E então o abade propôs que fossem tomar café para debaixo da parreira.
Eram três horas. Ao erguer-se todos cambaleavam um pouco, arrotando formidavelmente, com risadas espessas; só Amaro tinha a cabeça lúcida, as pernas firmes - e sentia-se muito terno.
— Pois agora, colegas, disse o abade sorvendo o último gole de café, o que está a calhar é um passeio à fazenda.
— Para esmoer, rosnou o cônego erguendo-se com dificuldade. vamos lá à fazenda do abade!
Foram pelo atalho da Barroca, um caminho estreito de carros. O dia estava muito azul, dum sol tépido. A vereda seguia entre valados eriçados de silvas, para além as terras lisas estendiam-se cobertas de restolho; a espaços as oliveiras destacavam, com grande nitidez, na sua folhagem fina; para o horizonte arredondavam-se colinas cobertas da rama verde-negra dos pinheiros; havia um grande silêncio; só às vezes, ao longe, num caminho, um carro chiava. E naquela serenidade da paisagem e da luz, os padres iam caminhando devagar, tropeçando um pouco, de olho aceso, estômago enfartado, chacoteando e achando a vida boa.
O cônego Dias e o abade, de braço dado, caturravam. O Brito, ao lado de Amaro, jurava que havia de beber o sangue ao morgado da Cumeada.