A S. Joaneira tranqüilizou logo o pároco.
— Ai, é escusado lembrar os jejuns, senhor pároco. Tenho o maior escrúpulo!
— Eu dizia, explicou o pároco, porque infelizmente hoje em dia ninguém cumpre.
— Tem vossa senhoria muita razão, atalhou ela. — Mas eu! credo !... A salvação da minha alma antes de tudo!
A campainha embaixo, então, retiniu fortemente.
— Há-de ser a pequena, disse a S. Joaneira. Abre, Ruça !
A porta bateu, sentiram-se vozes, risinhos.
— És tu, Amélia?
Uma voz disse adeusinho ! adeusinho ! E apareceu, subindo quase a correr, com os vestidos um pouco apanhados adiante, uma bela rapariga, forte, alta, bem-feita, com uma manta branca pela cabeça e na mão um ramo de alecrim.
— Sobe, filha. Aqui está o senhor pároco. Chegou agora à noitinha, sobe!
Amélia tinha parado um pouco embaraçada, olhando para os degraus de cima, onde o pároco ficara, encostado ao corrimão. Respirava fortemente de ter corrido; vinha corada; os seus olhos vivos e negros luziam; e saía dela uma sensação de frescura e de prados atravessados.
O pároco desceu, cingido ao corrimão, para a deixar passar, murmurando boas-noites ! com a cabeça baixa. O cônego, que descia atrás, pesadamente, tomou o meio da escada, diante de Amélia:
— Então isto são horas, sua brejeira?
Ela teve um risinho, encolheu-se.
— Ora vá-se encomendar a Deus, vá! disse