uma história que ia forjando laboriosamente. Era uma parente que ia ter o seu bom sucesso. O marido não pudera vir falar-lhes porque estava doente... Queria uma ama para lhes ir para casa, e tinham-lhe dito...
— Não, fora de casa, não. Cá em casa - disse o anão que não se despegava das saias da mulher, mirando o pároco de lado com o seu medonho olho injetado.
Ah, então tinham-no informado mal... Sentia; mas o que o parente queria era uma ama para casa.
Veio dirigindo-se para a égua, devagar; parou, e abotoando o casacão:
— Mas em casa recebem crianças para criação?... - perguntou ainda.
— Convindo o ajuste, disse o anão que o seguia.
Amaro arranjou a espora no pé, deu um puxão ao estribo, demorando-se, rondando em tomo da cavalgadura:
— É necessário trazer-lha cá, já se sabe.
O anão voltou-se, trocou um olhar com a mulher que ficara à porta da cozinha.
— Também se lhe vai buscar, disse.
Amaro batia palmadas no pescoço da égua.
— Mas sendo a coisa de noite, agora com esse frio, é matar a criança...
Então os dois, falando ao mesmo tempo, afirmaram que não lhe fazia mal. Havendo, já se sabe, carinho e agasalho...
Amaro cavalgou vivamente a égua, deu as boas-tardes e trotou pelo córrego.