Página:O Gaucho (Volume I).djvu/49

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Dando esta resposta com tom enérgico, o rio-grandense guiou o caudilho á varanda onde tinham posto a ceia.

Em uma das extremidades da longa mesa, estavam collocados dois pratos com talheres de prata destinados ao dono da casa e seu hospede. Diante delles fumegava um grande assado de couro, e um peixe que enchia a immensa frigideira de barro. Havia além disso hervas e legumes.

Já estavam na varanda os gaúchos da comitiva do coronel, osquaes lhe deram as boas noites, O Canho adiantou-se para beijar a mão de Bento Gonçalves que era seu padrinho.

— Oh! Estás por cá, Manoel?

— Cheguei esta tarde.

— Como vae a comadre?

— Bôa, graças a Deus.

— Estás um rapagão! Abanca-te; vamos ceiar.

O coronel tomou logar á cabeceira, dando a direita ao hospede. Na outra ponta da mesa sentaram-se os camaradas e Manoel, em bancos de madeira; cada um tirou um prato da pilha que havia no centro e collocou-o diante de si.