Página:O Gaucho (Volume I).djvu/76

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— Guarde a égua, sem medo, Manuel Canho, que bem a ganhou, disse o dono da pousada.

O brasileiro fez um gesto de assentimento; e aproximou-se do alpendre.

— Esta é a gineta que eu uso e aprendi de meu pai. Ela faz do cavalo um amigo e não um cangueiro. Mas também, senhores, se o bicho é mau, da casta que for, de dois ou de quatro pés, fiquem certos que no continente também os sabemos ensinar. Caso haja por aí algum deste lote, minha gente, botem-no para cá e verão.

Cortejou com o chapéu. Os da roda não sabiam que fazer; se deviam zangar-se ou chasquear.

— Amigo Perez, disse no entretanto o gaúcho; por favor tenha mão aí nos arreios enquanto volto.

— Então vai longe?

— Conforme! Vou levar esta moça que está com saudades! Coitada... respondeu o gaúcho amimando o colo do animal.

Passou a égua a tronqueira do pasto; foi transpô-la e desfechar em uma corrida veloz, à desfilada. Com pouco sumiu-se nos longes do horizonte. Por algum tempo ainda ouviu-se o vibrante