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Página:O Guarani.djvu/133

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—Explicar-me-eis que onça é essa de que falais, Sra. D. Lauriana; ou estou cego, ou não vejo aqui sombra de semelhante animal.

—Estais bem certo disso, Aires Gomes? disse a dama reerguendo-se.

—Se estou certo! Assegurai-vos com os vossos próprios olhos.

—É verdade! Mas em alguma parte há de estar!

—E por que quereis vós à fina força que aqui esteja uma onça, Sra. D. Lauriana? disse o escudeiro um tanto impacientado.

—Pois não sabeis! exclamou a dama.

—O quê, senhora?

—Aquele bugre endemoninhado não se lembrou de trazer ontem uma onça viva para a casa!

—Quem, o perro do cacique?

—E quem mais senão aquele cão tinhoso!

—É das que ele costuma fazer!

—Viu-se já uma coisa semelhante, Aires Gomes!

—Mas a culpa não tem ele!

—Quero ver se o Sr. Mariz ainda teima em guardar essa boa jóia.

—E que é feito da fera, Sra. D. Lauriana?