— Ao que parece, tendes pressa de chegar, Sr. Alvaro de Sá? disse elle com um ligeiro accento italiano, e com um meio sorriso cuja expressão de ironia era disfarçada por uma benevolencia suspeita.
— De certo, Sr, Loredano; nada é mais natural a quem viaja, do que o desejo de chegar.
-— Não digo o contrário; mas confessareis que nada tambem é mais natural á quem viaja, do que poupar os seus animaes.
— Que quereis dizer com isto, Sr. Loredano! perguntou Alvaro com um movimento de enfado.
— Quero dizer, Sr. cavalheiro, respondeo o italiano em tom de mofa, e medindo com os olhos a altura do sol, que chegaremos hoje pouco antes das seis horas.
Alvaro côrou.
— Não vejo em que isto vos cause reparo; á alguma hora haviamos chegar; e melhor é que seja de dia, do que de noite.
— Assim como melhor é que seja em um sabbado do que em outro qualquer dia? replicou o italiano no mesmo tom.
Um novo rubor assomou ás faces de Alvaro, que não pôde disfarçar o seu enleio: mas, reco-