vinho, e dando um ligeiro estalinho com a língua no céu da boca, repimpou-se na tripeça em que estava sentado, cruzando as mãos sobre o seu ventre proeminente com uma beatitude celeste.
— Ora estou desde que cheguei para perguntar-vos uma coisa, amigo Aires; e sempre a passar.
— Não a deixeis passar agora, Nunes. Aqui me tendes para responder-vos
— Dizei-me cá, quem é um tal que acompanhava D. Diogo, e a quem dais um diabo de nome que não é português?
— Ah! quereis falar de Loredano? Um tunante?
— Conheceis esse homem, Aires?
— Por Deus! se ele é dos nossos!
— Quando pergunto se o conheceis, quero dizer se sabeis donde veio, quem era e o que fazia?
— À fé que não! Apareceu-nos aqui um dia a pedir hospitalidade; e depois como saísse um homem, ficou em lagar dele.
— E quando isso, se vos lembra?
— Esperai! Estou com os meus cinqüenta e nove...