e o italiano que tendo aberto a porta do jardim dirigia-se ao leito.
Um grito de desespero e de agonia ia romper-lhe do seio; mas o índio mordendo os lábios com força, reprimiu a voz, que se escapou apenas num som rouco e plangente. Então prendendo-se à árvore com as pernas, o índio estendeu-se ao longo do galho e esticou a corda do arco.
O coração batia-lhe violentamente; e por um momento o seu braço tremeu só com a idéia de que a sua flecha tinha de passar perto de Cecília.
Quando porém a mão do italiano se adiantou e ia tocar o corpo da menina, não pensou, não viu mais nada senão esses dedos prestes a mancharem com o seu contato o corpo de sua senhora, não se lembrou senão dessa horrível profanação.
A flecha partiu rápida, pronta e veloz como o seu pensamento; a mão do italiano estava pregada ao muro.
Foi só então que Peri refletiu que teria sido mais acertado ferir essa mão na fonte da vida que a animava; fulminar o corpo a que pertencia esse braço; a segunda seta partiu sobre a primeira, e o italiano teria deixado de existir se a dor não o obrigara a curvar-se.