calçada a ver quem passava, que mudou de idéia e resolveu juntar-se ao grupo. O Pedroca, que começara a simpatizar muito com o Marcondes, abria a marcha, com uns grandes transbordamentos de alegria, querendo mostrar tudo ao seu novo amigo, falando-lhe principalmente do repuxo que espirrava água para cima, e achando muita graça no barulho que os calçados faziam na areia dos caminhos.
Chegados ao portão sentaram-se todos em umas cadeiras de ferro, que haviam trazido do jardim, e houve uma pequena pausa, um momento de silêncio durante o qual puseram-se a contemplar o espetáculo que se lhes oferecia. Lá longe, no princípio da rua do Matoso começavam a acender os lampiões. As luzes surgiam bruscamente do meio das trevas, enfileirando-se como soldados, naquele grande paradoxo do ângulo nulo formado pelas paralelas que se encontram no infinito. O calçamento claro e asseado ia tomando um aspecto elegante de bulevar. Era um grande rio marginado de arvoredos por onde se escorria brandamente a linfa humana. Com os seus vestidos brancos e as risadas argentinas, por entre frases murmuradas aos ouvidos, subiam e desciam lentamente grupos