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Página:O Hóspede.djvu/31

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de moças que, numa grande familiaridade, convertida a rua em salão comum, trocavam cumprimentos de uma para outra calçada e entravam em grandes permutas de beijos quando se encontravam frente a frente.

Por detrás deles a atmosfera balsâmica dos jardins. Uma viração suave a farfalhar molemente no verde-escuro das folhagens, impregnando-se de odores bons ao passar pelas murtas e manacás floridos. Ouvia-se o ruído refrescante do repuxo. E dentre aquela mole de árvores e arbustos erguia-se com as suas arestas vivas e os cantos angulosos o vulto, esbranquiçado como um fantasma, da casa onde residiam. Em paralelepípedos de luz a projetarem-se através do jardim, iam-se uma a uma, clareando as janelas que, abertas todas inteiras em suas vidraças de batentes, despejavam de lá de dentro um bafo animado e quente de vida. Uma grande harmonia comunicativa se estabelecia entre quatro. Os estômagos cheios, sem as preocupações da vida do dia a dia, absortos em seus pensares, a refletirem sobre os sucessos do momento, calavam-se todos. Apenas o Pedroca dava-se ao trabalho improfícuo de uns movimentos, forcejando por subir ao colo do