estava com boas disposições, tanto que quis intrometer-se na conversa e concluiu no meio de gargalhadas que a música mais harmoniosa era a dos sinos de igreja quando dobravam por causa de algum defunto.
Nenê não gostava porém dessas caçoadas. Quem não entendia do negócio devia conservar-se calado! E o Pedro fez-se muito sério. Em toda a sua vida aquela história do piano fora sempre para ele motivo de contrariedades, porque a mulher acabava sempre por debochá-lo, meio amuada, não podendo compreender bem que houvesse gente com tanta aversão à música. Ao menos para não ficar calado quis dirigir a conversa para outro terreno e lembrou ao amigo as aulas do Matias. Como a moça desejasse explicações sobre as risadas com que foi acolhido este nome, entraram em detalhes. O Matias era o professor de música lá do externato d. Pedro II. Um bom homem, coitado, mas muito tolo e que se deixava ridicularizar pelos rapazes! E cada qual queria contar uma história a respeito. Falaram dos solfejos no meio dos quais se desentoava com uns grandes guinchos que revolucionavam em gargalhadas a aula inteira. Enfim, como não se fizesse exame da cadeira,