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o Goethe, mas nessa primeira aproximação não pude compreender as belezas transcendentes do grande poeta.

Passando em 1875 a estudar no liceu, tive mais facilidade de travar conhecimento com os escritores da moda: Gonçalves Dias, Varela, Alencar, Álvares de Azevedo e Castro Alves. Mas, justamente quando me ia docemente engolfando na região fantástica da poesia e do romance com os autores citados e quantos me caíram nas mãos, foi minha atenção despertada pelo movimento literário que então se operava no Ceará e a cuja frente se achavam Rocha Lima, Capistrano de Abreu, Araripe Júnior, João Lopes e Amaro Cavalcanti. Desse grupo foi Rocha Lima o escritor que mais simpaticamente atuou sobre o meu espírito. Por ele comecei a amar a crítica literária e a ter uma compreensão mais verdadeira da literatura. Lendo Taine, Teófilo Braga, Quinet e Luciano Cordeiro, os meus horizontes literários se dilataram e apoderou-se de mim forte desejo de penetrar as literaturas exóticas, isto é, a portuguesa e a francesa, recebendo através desta última o conhecimento dos grandes mestres alemães e ingleses, George Sand, com a sua empolgante Lelia, com o Isidora, o Aldo, a Indiana; Gautier, com o Fortunio e Mle. Maupin; Byron, com o Corsário, Manfredo, Giaur e D. Juan; foram os autores da minha predileção, nessa