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Robles e Cogumelos (figuras contemporâneas) e Cartas de Amor (prosa passional).

A berceuse terminara. Íamos recomeçar as coisas graves.

— Não lhe pergunto o que acha do jornalismo.

— O jornalismo, como o praticam hoje na Europa e um pouco por toda a parte, é uma grande escola. A ele devo tudo o que sou e tudo o que aprendi. Dirão que entre nós ainda paga muito mal, mas é bom não esquecer que estamos num país de analfabetos, onde a circulação das grandes folhas é verdadeiramente irrisória. Toda a melhor literatura brasileira dos últimos trinta e cinco anos fez escala pela imprensa. Uma ou outra exceção servirá apenas para confirmar a regra. Raros são os homens que não maldizem a própria profissão. Eu não penso assim...

— O jornalismo é um veículo de Sugestões, como me disse o mago Söndhal. Acha que seja o veículo para a formação de literaturas estaduais, para a poesia científica, para o romance social?

O Sr. Félix Pacheco riu.

— Não creio que no Brasil o romance social dê coisa melhor que o Canaã, obra estupenda e gloriosa. Ignoro o que significa poesia de ação. Deve ser muito complicada, mais complicada e obstrusa que a musa científica do