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de modinhas em noitadas de esbórnia ao choro melancólico dos violões gemedores.

Bastava isto para que eu dedicasse à minha modesta plaquette um carinho especial e esta grande afeição que ainda hoje lhe dedico.

Há ali dois capítulos que eu amo sinceramente — "Clamor" e "Hora viúva ", e versos que ainda hoje me encantam, como este, de uma suave observação fantasista:

Belo tempo o da messe,
Do sol que a terra e que as espigas doira...
Para quem passa nos trigais parece
Que a terra é toda loira.
E outros e muitos outros.

Para compensar a maldade da crítica dos velhos medalhões da minha terra, eu tive o largo e lisonjeiro aplauso da espiritualidade moça da minha época, magnificamente representada por Paulo Barreto, Gonzaga Duque, Félix Pacheco, Félix Bocaiúva, João Luso e tantos e tantos outros.

E dei-me por satisfeito.

A minha segunda plaquette, Rondas Noturnas, teve elogios da Crítica, e o eminente Sr. José Veríssimo chegou a adiantar que o simbolismo havia trazido aproveitamentos reais para a expressão da nossa sentimentalidade. Exultei...

Este é, por enquanto, o meu livro bem amado, mais delicadamente feito, ainda mais trabalhado e mais perfeito.