Página:O Momento Literario (1908).pdf/302

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do romantismo ideologista que lhes animou a adolescência, influenciados pelo advento da filosofia moderna (positivismo francês, agnosticismo inglês, monismo alemão ou mesmo cepticismo renaniano) e arrastados pela irreprimível tendência de regeneração social, eles trazem para os seus livros os resultados desta tríplice influência, a que o cunho individual, a forma especial do talento, a diversidade de estilo, a variedade de leituras, dão como resultante a maneira especial de cada um.

Na poesia cabe falar, em primeiro lugar, de Machado de Assis, o mestre superior e impecável. Saindo do puro romantismo na época em que este florescia tiranicamente, nunca se deixou escravizar por ele; passou pelo indianismo sem os exageros a que não resistiram espíritos cultos como Gonçalves Dias e José de Alencar; pagou o seu tributo ao simbolismo sem a forma enigmática dos epígonos, atravessou enfim todas as escolas e todas as épocas sem perder a originalidade, por assim dizer casta, do seu espírito e chegou até nós com toda a força de um pujante individualidade, servido por uma linguagem simples sem trivialidade, lídima sem gramatiquices, a qual faz dele um verdadeiro escritor clássico.

Depois, os três grandes poetas da nossa geração: Raimundo Correia, Bilac e Alberto de Oliveira. Todos três saídos do romantismo, todos três