Página:O Momento Literario (1908).pdf/43

Wikisource, a biblioteca livre

O estilo não é tanto correção, coisa trivial, mas é perfeição, isto é: a idéia precisa e exata na sua forma exata e precisa; é o bronze vazado no seu molde, a prata na sua rilheira. E qual é o artista de qualquer arte e de qualquer canto do mundo, que não busca, não pesquisa e não se deixa matar por um fim supremo?

Não se trata pois de gramática nem de gramaticões impertinentes e molestos como os da minha espécie que registram e passam, e nem se oferecem como prospectos modelares à geração nova.

A escola clássica que é da perfeição de forma é eterna ou antes é a mesma eternidade da compleição humana; as outras têm e sempre tiveram direito à vida, mas são antes modas efêmeras, diárias, anuais, bisonhas, e quando muito ao cabo de três ou quatro anos são excelências que degeneraram em sensaborias, elegâncias que cada transatlântico desfaz ou recompõe... São enfim roupagens enquanto o clássico é o nu daquela nudez que o Eça queria mal velada por um manto diáfano, e outros o querem... por um capote...



Falta-me responder ainda a duas questões. Sobeja o assunto, mas falta o papel (como vai longe aquele bom tempo das aparas!) É também preceito ibseniano que tudo se não há de dizer