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com seu ardente amor da pátria, fortaleceu o meu nativismo.

Apesar das inúmeras palmatoadas que apanhei na leitura e análise dos dois livros, nunca perdi a simpatia por Luís de Camões e pelo, mais tarde, tradutor do Dante.

Da minha aprendizagem de preparatórios no Rio de Janeiro, de 1863 a 67, guardo saudosas reminiscências de cinco homens que influíram assaz no meu pensamento.

Padre Gustavo Gomes dos Santos, professor de latim, pelas muitas coisas que profusamente, com muito gosto e muito saber, comunicava, em aula, não só das letras antigas como das portuguesas e brasileiras.

Foi quem me despertou o prazer literário.

Joaquim Veríssimo da Silva, lente de filosofia, pelas exposições da metafísica alemã, principalmente de Kant, de que se mostrava grande sabedor.

Padre Patrício Muniz, mestre de retórica e poética, pelas excursões que, em conversa, fazia também pelos domínios germânicos, de cuja filosofia era muito admirador, combinando-a, já se vê, com a escolástica. Estes dois fizeram-me divisar ao longe os sistemas filosóficos.

Francisco Primo de Sousa Aguiar, a cujo cargo estavam as cátedras de história e geografia, no antigo Ateneu Fluminense, onde